O novo coronavírus é altamente contagioso e pode afetar, inclusive recém-nascidos e lactentes. Apesar da incidência e gravidade ser muito inferior à do público adulto, cuidados precisam ser tomados para evitar a contaminação dos bebês.

A COVID -19 em recém-nascidos e lactentes pode ser assintomática (que não apresenta sintomas) ou apresenta sintomas que variam de leve à grave. Sintomas leves incluem: febre, coriza, tosse, vômitos e diarreia. A infecção pode se agravar e causar pneumonia, e tonar-se crítica, quando evolui para síndrome da angústia respiratória aguda, insuficiência cardíaca e disfunção renal.

Até o momento, não há evidências que ocorra transmissão vertical intrauterina da doença, ou seja, de mãe para o feto, nem transmissão via leite materno. Os recém-nascidos e lactentes podem adquirir, então, a COVID-19 pelo contato com secreções de pessoas infectadas. Por isso, permanecer em casa, restringir visitas, evitar aglomerações, higienizar as mãos com água e sabão, ou álcool em gel antes de tocar no bebê; cobrir a boca e o nariz com o braço ao espirrar ou tossir, são muito importantes não somente para prevenir da COVID-19, mas também, outras infecções virais, como a bronquiolite1, que é a principal causa de internamento em lactentes.

O aleitamento materno é fundamental para os bebês. Além de nutri-los, fortalece o sistema imunológico, promove interação profunda entre mãe e filho, beneficiando o seu desenvolvimento cognitivo e emocional! Por isso, mesmo as mães diagnosticadas com a COVID-19, são incentivadas a amamentar seus bebês, mas desde que estejam em condições clínicas adequadas para fazê-lo e que tomem os cuidados necessários, como uso de máscara e higiene das mãos, para não transmitir o novo coronavírus ao seu bebê.

 

Débora de Fátima Camillo Ribeiro
Fisioterapeuta CREFITO-8 143066-F
Especialista em Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica
Doutoranda no PPGTS - PUCPR

 

Informações e filmagem por: Débora de Fátima Camillo Ribeiro

Voz em Língua Portuguesa: Luana Arrial Bastos

Diretor e editor de filmagem: Alexsander Pimentel

Tradutor intérprete Libras: Alexsander Pimentel

Revisora de textos e apoio (Filmagens em Libras): Luana Arrial Bastos

 

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar. 2. ed. Brasília : Ministério da Saúde, 2015. 184 p.

CHEN H, GUO J, WANG C, et al. Clinical characteristics and intrauterine vertical transmission potential of COVID-19 infection in nine pregnant women: a retrospective review of medical records. Lancet, v. 395, p. 809–15, Mar. 2020.

ABDELMAKSOUD, A.  et al. COVID-19 in the pediatric population. Dermatol Ther, p. e13339, Mar, 2020.

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SCHWARTZ, D. A. An Analysis of 38 Pregnant Women with COVID-19, Their Newborn Infants, and Maternal-Fetal Transmission of SARS-CoV-2: Maternal Coronavirus Infections and Pregnancy Outcomes. Arch Pathol Lab Med, Mar. 2020.

 

Como citar: ABNT
RIBEIRO, Débora de Fátima Camillo. Cuidados com recém-nascidos e lactentes na pandemia. Unidos pela Saúde, 2020. Narração em Língua Portuguesa: L. A. Bastos. Tradução para Libras: A. Pimentel. Disponível em: https://www.unidospelasaude.com.br/cuidados-com-recem-nascidos-e-lactentes-na-pandemia/ Acesso em: 29 mar 2024.

 

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1A bronquiolite é quase sempre causada por um vírus e costuma ocorrer durante os meses de inverno. A condição começa como um resfriado comum que progride para tosse, chiado e, às vezes, dificuldade em respirar. Os sintomas podem durar de uma semana a um mês. É possível tratar a bronquiolite com cuidados domiciliares na maioria dos casos, mas os casos graves necessitam de hospitalização.